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Foto do escritorAssoc. Pediátrica Viana

COVID-19: animais de estimação - o que devemos saber?



Em época de pandemia e após todas as especulações sobre os animais de estimação, muitos são os tutores que podem encarar os seus animais como possíveis transmissores.


O vírus que causa a COVID-19 transmite-se de pessoa para pessoa através de gotículas respiratórias que se libertam ao tossir, espirrar e falar. Desta forma, a atual propagação da COVID-19 é resultado da transmissão humano para humano.


Até à data, não há evidência que os animais de companhia tenham um papel importante na transmissão da doença!

O QUE SE SABE ATUALMENTE?


Alguns casos de infeções em animais foram reportados, no entanto, e até ao momento, foram casos isolados e esporádicos e não há evidência de que os animais sejam transmissores da doença. É ainda de referir que, num universo de milhões de casos, estes representam uma ínfima minoria.


Todos os casos de animais de estimação infetados deram-se por contágio ambiental, sendo que estes animais não desenvolveram a doença e, portanto, não desenvolveram sintomas. Desta forma, nenhum destes animais contagiou qualquer humano.


Atualmente, não existe um teste específico para animais, no entanto estão a ser investigadas formas de despistagem em animais.

QUE CUIDADOS DEVO TER COM OS ANIMAIS NA SAÍDA À RUA?


A primeira ideia a reter é que devemos tratar os animais como se se tratasse de membros da família, protegendo-os da potencial, embora rara, infeção.

  1. Os passeios na rua devem ser curtos, junto à área de residência;

  2. Não deverão ter contacto com outros animais nem com os seus tutores;

  3. Deve evitar passear os cães em zonas onde possa haver aglomerados de animais e/ou pessoas, nomeadamente parques públicos;

  4. Os animais devem ser passeados com trela, para diminuir o seu contacto com outros animais;

  5. Os gatos devem ser mantidos dentro de casa tanto quanto possível, para evitar o contacto com outros.

AO CHEGAR A CASA DA RUA COM O MEU ANIMAL, QUE CUIDADOS DEVO TER?


Ao chegar a casa, o ideal será lavar as patas do seu animal. Use água e sabão, shampoo adequado para animais ou clorohexidina (um antisséptico) que pode encontrar na sua clínica veterinária habitual, farmácia e alguns supermercados, em várias apresentações (spray, shampoo e discos de limpeza). Isto será suficiente para uma desinfeção adequada. As toalhitas de limpeza já existentes, não são tão eficazes. Uma maneira prática é ter um spray ou um recipiente à entrada de casa já preparado para o efeito. Em seguida, não se esqueça de secar muito bem as patas dos animais, nomeadamente na região entre os dedos.


Não use lixívia ou álcool, já que são produtos agressivos para a pele dos animais!
Para além disso, lave as mãos sempre que interagir com o seu animal!

SE EU ESTIVER DOENTE, QUE CUIDADO DEVO TER COM O MEU ANIMAL DE COMPANHIA?


Se estiver doente (suspeito ou confirmado), deve restringir o contacto com o seu animal, tal e qual como o deve fazer com as pessoas, assegurando, no entanto, que este continue a ser cuidado de forma adequada:


1. Quando possível, outro membro da família ou conhecido deve ser responsável por tomar conta do seu animal;


2. Se não for possível que o seu animal seja tratado por outro membro da família ou conhecido, deve protegê-lo, usando uma máscara e lavando as mãos antes e depois de interagir com ele;


3. Evite contacto com o animal:

a. Evite carícias;

b. Não deixe o animal lamber-lhe o rosto;

c. Não beije o animal;

d. Não durma com o seu animal;

e. Não ofereça sobras da sua comida ao seu animal.


4. Tenha em casa alimento para os animais para um período de pelo menos 2 semanas;


5. No caso dos gatos, certifique-se de que tem em casa quantidade suficiente de areia, para que estes possam fazer as suas necessidades;


6. Caso o seu animal seja um doente crónico, tenha em casa medicação para um período de pelo menos 2 semanas. Caso seja necessário, o seu veterinário poderá enviar a receita de forma eletrónica para o seu e-mail. Caso não tenha e-mail poderá informar o seu Veterinário a farmácia na qual irá comprar a medicação, e este articulará com a farmácia o envio da receita para o email desta. Algumas clínicas veterinárias também têm um serviço de entrega ao domicílio de medicamentos. Informe-se junto da sua!

COMO CUIDAR DA SAÚDE DO MEU ANIMAL EM ÉPOCA DE PANDEMIA?


Se por qualquer motivo o seu animal precisar de cuidados veterinários, ligue ao seu Médico Veterinário habitual. Ele dar-lhe-à instruções e se necessário agendará uma consulta para o observar.


No que diz respeito às vacinas/desparasitações, importantes na prevenção de inúmeras doenças, entre em contacto com o seu Médico Veterinário que o informará sobre o risco e benefício do seu adiamento.


Caso esteja infetado ou com sintomas suspeitos e o seu animal necessite de cuidados veterinários, nunca o leve por si ao veterinário. Deve ligar previamente a informar que está (ou poderá estar) infetado, e caso seja necessária uma consulta presencial, o animal deverá ser transportado por outra pessoa.


Caso necessite de internamento hospitalar, procure encontrar um familiar ou conhecido que possa cuidar do seu animal. Se tal não for possível, deve contactar o Veterinário Municipal da sua área de residência, procedendo-se ao abrigo do seu animal, temporariamente, num centro de recolha oficial ou associação local.


COMO ME POSSO MANTER INFORMADO SOBRE ESTE ASSUNTO?


A Associação Mundial de Veterinários Especialistas em Animais de Companhia (WSAVA) e a Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), aconselham todos os tutores dos animais de companhia a irem seguindo as informações atualizadas lançadas por fontes credíveis, nomeadamente pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Direção Geral da Sáude (DGS).


Para além disso, a OMV transmite, sempre que considera relevante, informação atualizada e credível sobre a COVID-19 e animais de estimação. Em caso de dúvida consulte o seu Médico Veterinário.

Desta forma, apela-se aos tutores dos animais de estimação para que continuem a tratar bem dos seus animais. O abandono ou entrega em abrigos não é solução!

É importante continuar a desfrutar da sua companhia, já que estes desempenham um papel muito benéfico em tempos de isolamento social, quer para os adultos, quer para as nossas crianças.
 

Autores: André Costa Azevedo, Isabel Martinho (S. Pediatria ULSAM) , Marlene Azevedo (Médica Veterinária)

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