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Foto do escritorAssoc. Pediátrica Viana

Alergias alimentares | Ovo


O que é?


A alergia é a resposta excessiva do sistema imunológico às proteínas do ovo, que ocorre nos indivíduos atópicos, ou seja, aqueles que herdam a capacidade de desenvolver alergia.

Quando expostos a este alimento, sensibilizam-se e, consequentemente, passam a manifestar sintomas sempre que contactam com essas proteínas. O ovo é um dos alimentos mais frequentemente responsáveis por reações alérgicas, particularmente em crianças.


O que é que a desencadeia?


As manifestações clínicas de alergia decorrem habitualmente da ingestão do ovo (cru ou cozido), mas também por inalação ou contacto cutâneo. Verifica-se reação cruzada entre os ovos de outras aves, pelo que é importante eliminar da dieta todo o tipo de ovo.


Na alergia alimentar ao ovo, a forma mais comum é a mediada por anticorpos IgE, que origina uma reação imediata, com início nos primeiros 30 minutos até 2 horas após a exposição ao ovo.


Quais são os sintomas?


Podem variar desde formas ligeiras a formas muito graves, de início muito rápido a mais tardio.


Sintomas mais frequentes:

  • Cutâneos (urticária, edema dos lábios ou de outras partes do corpo, eczema)

  • Respiratórios (tosse, pieira, dificuldade em respirar)

  • Digestivos (diarreia por vezes com sangue, vómitos, dor abdominal em cólica)

Também pode ocorrer uma reação anafilática que é grave e implica tratamento imediato. Por isso, estes doentes devem ter caneta de adrenalina.


Como se diagnostica?


Para ajudar no diagnóstico podem fazer-se análises de sangue, testes cutâneos ou provas de provocação oral.


Como se trata?


O tratamento de eleição é a eliminação total da dieta do ovo cru e/ou cozinhado. A dieta sem ovo não provoca nenhum problema nutricional desde que assegurando o consumo regular de carnes vermelhas e aves, peixes, cereais e vegetais.


O que causa a alergia?


A clara e a gema podem provocar sensibilização alérgica. No entanto, a alergia é principalmente desencadeada por proteínas da clara do ovo. A clara tem proteínas que podem ser destruídas pelo calor, o que explica que alguns doentes sejam apenas alérgicos ao ovo cru, enquanto outros são alérgicos ao ovo cru e cozinhado. Estes não toleram alimentos que possam conter ovo, mesmo quando submetidos a altas temperaturas (ex: bolos e bolachas). A alergia à gema do ovo é pouco frequente na infância.


Conselhos gerais:


  • Há que considerar o risco da chamada contaminação cruzada, em que recipientes, utensílios ou superfícies que estiveram em contacto com ovo podem transportar os seus alergénios para alimentos que supostamente não os contêm.

  • As refeições confecionadas fora de casa e o consumo de alimentos processados são as situações que acarretam maior risco.

  • A clara de ovo em pó usada na confeção de alimentos tanto em casa como em pastelarias, confeitarias e padarias pode desencadear sintomas caso seja inalada por pessoas com alergia grave ao ovo.

  • Algumas proteínas do ovo podem ser utilizadas como aditivo alimentar pela sua ação antibacteriana e conservante. Podem também encontrar-se proteínas de ovo em medicamentos, champôs e cosméticos.

  • Em Portugal, são comercializadas várias vacinas produzidas em meio de cultivo biológico derivado de embriões de galinha ou cultivadas em ovos fertilizados, nomeadamente a VASPR. No entanto, a alergia ao ovo não constitui contra-indicação para a sua administração.


Como escolher os alimentos?


O doente alérgico deve consultar os rótulos das embalagens de todos os produtos que consome, confirmando a existência de ovo.

Alimentos a excluir:

  • Ovo (galinha, codorniz, perua, pata ou avestruz)


Ingredientes que contêm ovo:

  • Albumina

  • Lisozima

  • Lecitina de ovo

  • Apovitelina

  • Avidina

  • Flavoproteína

  • Globulina

  • Livetina

  • Ovoglobulina

  • Ovoglicoproteína

  • Ovomucina

  • Ovomucóide

  • Aitelina

  • Ovalbumina


Alimentos que contêm ou podem conter ovo:

  • Sopas com ovo

  • Molhos

  • Maionese

  • Hambúrgueres

  • Salsichas

  • Empadão

  • Empadas

  • Crepes

  • Folhados

  • Tartes e quiches

  • Bolos

  • Biscoitos e bolachas

  • Pão de leite/brioche

  • Batidos

  • Alguns vinhos e licores

  • Alguns queijos

  • Refeições pré-preparadas

  • Salgados (rissóis, panados, croquetes, bolos de bacalhau)


Educação comportamental


A evicção do alimento implicado é um processo complexo, exigindo a implementação de diversas estratégias no plano pessoal, familiar e social.
Todos devem estar familiarizados com o plano de emergência que deve conter os detalhes da administração dos medicamentos em função da gravidade dos sintomas.
É importante que os primeiros sintomas de reação alérgica sejam rapidamente reconhecidos, para que o tratamento se inicie o mais rapidamente possível.

ATENÇÃO!!!


Mesmo com a ingestão de quantidades muito pequenas de ovo, há sempre o risco de choque anafilático. O doente alérgico deve transportar sempre consigo o dispositivo de adrenalina para autoadministração!!

 

Autores: Ana Rita Araújo, Francisco Ribeiro Mourão, Susana Rodrigues

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